sábado, 19 de junho de 2010

Meus projetos são mesmo meus???


Cá estou, mais uma vez intrigada com meus projetos...
Na verdade, mais intrigada com minha mania de projetar as coisas, as pessoas, os eventos...
Na verdade decepcionada com essa mania que é a mais pura expressão de que sou um dos seres que condenei... sou um daqueles que vivem de futuro...
Quando isso, quando aquilo, se isso, se aquilo...
Pra quê???
Além da perda de tempo, o que foi que eu consegui até agora???
Só consegui alimentar as cobranças dos outros: tens que ter um emprego público, tens que casar, tens que ter filhos, tens que ter casa própria, tens que aprender a dirigir, tens que te tornar uma profissional de sucesso... e do outro lado: tens que viver a vida, tens que aproveitar o momento, tens que sair com os amigos, tens que ver gente... tens que, tens que, tens que!!!
Hoje acordei com vontade de mandar todos os “tens que” e seus respectivos remetentes à merda!!!
Só hoje, já com mais de “inta” é que me dou conta de que pra tudo é preciso maturidade. PRA TUDO!!! Pra cumprir os “tens que” ou pra mandá-los à merda!!!
A teoria, senhores, ahhh... a teoria é linda!!!
Mas e porque não dei ouvidos a mim mesma???
Aos meus desejos, aos meus gostos, aos meus valores?!?!?!
Tenho um vaso de plantas horroroso na minha sala... quando fui comprar, eu sabia exatamente o que eu queria... mas daí, dei ouvidos à minha mãe e escolhi o que ela achava mais bonito! Mas temos estilos diferentes, temos visões de mundo diferentes!!! Como eu pude colocar meu rico dinheirinho naquela coisa??? Isso é só um exemplo... o vaso da sala... vou preferir não escrever sobre coisas muito mais importantes onde minhas escolhas foram orientadas pelos desejos alheios...
Mas isso tudo também tem um pouquinho (tá bem... um poucão!!!) de culpa minha, não só do meio e das pessoas e da sociedade que se alimenta dos fatos havidos na vida alheia!!!
A minha parcela de culpa, está no meu lado bruxa... sim... está no fato de adorar as adivinhações, as cartas, a astrologia... como se isso tudo pudesse influenciar em alguma coisa!!! Tá, tá bem... confesso... acredito mesmo que as energias da terra, dos astros e dos seres influenciam mesmo na vida da gente...
Mas e as coisas nas quais eu quero acreditar??? Com certeza influenciam muito mais!!!
E essas coisas nas quais eu quero acreditar são mesmo minhas??? Quero dizer... geração de raciocínio espontâneo... teoria da abiogênese do meu pensamento??? Pior que não!!!
E me envergonho de dizer isso: eu sou (na maioria das vezes) o que os outros esperam de mim!!!
Não sei dizer não!
Detesto a idéia de um rompimento severo com alguém da minha família!
Quando tive que terminar relacionamentos amorosos, criei situações pra que “eles” terminassem comigo antes... eu não podia fazê-los sofrer, não podia decepcioná-los... nem às suas famílias... nem a minha... afinal de contas, “nos nós apegamos a esses meninos, Patricinha...”. Porque não se casam com eles, então?!?! Simples assim... vocês ficam todos felizes e eu fico livre!!!
Ai ai ai... peguei pesado, eu sei...
Talvez, daqui a algum tempo eu volte a escrever neste blog dizendo que eu estava totalmente equivocada e que a minha mãe e a sociedade tinham mesmo razão sobre escolher assim ou assado...
Mas hoje, agora, quero mais é romper com os meus projetos, quero ser impulsiva, quero que me achem antipática, quero ser politicamente incorreta... quero ser livre!!!
Na verdade, em alguns momentos da vida eu fiz o que tinha vontade... mas isso veio carregado de uma dose cavalar de culpa... cheguei a ser tachada de egoísta em certas vezes... e talvez tenha sido mesmo, no desesperado afã de agir por mim mesma...
Sinto muito se te decepciono e pra mim viajar o mundo ainda é muito importante... mas eu sou feliz com meus bichos, sou feliz com meus livros, sou feliz na minha casa, sou feliz sem fazer nada, sou feliz estudando, sou feliz com minhas linhas e agulhas, sou feliz nas minhas aulas, sou feliz na hora das refeições, sou feliz no banho, sou feliz quando reconheço o tamanho de Deus na minha vida, sou feliz vendo o sol, sou feliz ouvindo a chuva, sou feliz quando há um amor, sou feliz quando o único amor sou eu mesma, sou feliz quando corto o cabelo, sou feliz quando pinto as unhas, sou feliz quando tomo mate com as amigas, sou feliz quando tomo mate sozinha, sou feliz quando o rádio está ligado, sou feliz quando contemplo o silêncio, sou feliz quando está chovendo lá fora e eu posso ficar na cama até mais tarde, sou feliz quando lavo roupa, sou feliz porque tenho um trabalho, sou feliz porque tenho saúde, sou feliz porque tenho família, sou feliz porque sei apreciar a natureza, sou feliz quando como chocolate...
E é só disso que eu preciso... apreciar as coisas pequenas, os momentos teoricamente insignificantes... os momentos grandiosos, esse virão a seu tempo... colheita do meu plantio diário...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Desinformação voluntária e espontânea


Desde o réveillon me voluntariei a um processo espontâneo de desinformação.
Não assisto TV.
Não ouço emissoras de rádio que deem notícias.
Quando folheio o Correio do Povo, só leio as manchetes e “olho as figurinhas”.
Na Veja e na Época, me restrinjo aos assuntos mais amenos (o que reduz o exemplar a umas oito páginas).
Na internet, apenas saites de fofocas jurídicas e, é claro, uma orkutada de vez em quando. Deleto sem ler os e-mails do tipo “ajudem a menininha”, “outra que não sabíamos” e afins. A maioria se trata de uma grande invenção, fato que não nos imuniza às más sensações deixadas pelas criativas narrativas.
Quando conheci a primeira pessoa que desistiu de entender o mundo, fiquei apavorada. Afinal, como pode alguém resolver não se informar? Decidir não saber o que está acontecendo no mundo? Optar por não ser uma “antenada”?
E mais uma vez dou o braço a torcer pra vida e pro aprendizado que tiramos de onde nem imaginamos.
Essa pessoa desinformada de quem eu falo estava coberta de razão!
Mas isso só estou vendo aproximados 12 meses depois. Tudo bem, vai ter muita gente que vai passar pela vida sem nunca saber disso...
Ter lido O símbolo perdido, do Dan Brow, na mesma época, também foi um grande incentivo a essa decisão.
O livro descreve com minúcias o requinte de crueldade utilizado pelo bandido contra os mocinhos.
Varei madrugadas lendo aquela porcaria (e sofrendo, e tendo taquicardia, e suando, e tendo pesadelos) porque precisava me certificar de que, no final, tudo terminaria bem.
E de fato termina, é uma obra de ficção.
Afinal, ninguém mais consumiria Dan Brow se Robert Langdon realmente morresse (putz... agora já contei, pelo meio do livro a gente acredita mesmo que ele tenha morrido!).
Mas na vida real, o buraco é significativamente mais embaixo. O final feliz geralmente não acontece. Ninguém volta à cena no capítulo seguinte depois de ter sido atacado pelo bandido.
Nunca tive medo de me alienar e sempre tive senso crítico (aliás, muito crítico e, mais ainda, autocrítico). Não estou me protegendo do imensurável poder da mídia em massificar opiniões. Estou me defendendo apenas da “vida como ela é”. Venenosa, ardilosa, inescrupulosa como bem retratou o Nelson Rodrigues.
Depois que resolvi me desinformar, assisti apenas três reportagens de TV.
Uma delas foi a queda do helicóptero da Record, filmada pelo onipresente Globocop. Ato contínuo, a jornalista da Globo, ainda com os destroços do acidente ao fundo, entrevistou o comandante do Globocop que deu maiores detalhes sobre o ocorrido, inclusive sobre a comunicação estabelecida entre o entrevistado e o falecido comandante do helicóptero acidentado, cujo corpo ainda jazia nas ferragens. Mau gosto extremo!
A outra, não cheguei a ver até o fim. A correspondente da Rede Globo (sempre ela!) no Haiti transmitia em tempo real o resgate de uma estudante que havia passado uns 15 dias sob os escombros. Desidratada, empoeirada, machucada. Mau gosto ao cubo!
Por fim, o assassinato do Alcides, um guri muito pobre, mas muito esforçado, que contrariando as forças do poderio econômico, entrou na universidade pública federal, no curso de medicina. Não chegou à formatura porque foi confundido com um desafeto dos bandidos. Na reportagem, a mãe inconsolável e o reitor da universidade aos prantos. Supra sumo do mau gosto!
Bastava terem narrado os fatos! Mas preferiram nos envolver emocionalmente na situação sobre a qual, infelizmente, não podemos fazer nada! O que eu posso fazer, faço pela humanidade. Rezo pela clemência divina e pela iluminação das mentes e corações. Mas isso não precisa de endereço fixo. Posso destinar à consciência cósmica e pronto.
Sei que as coisas estão acontecendo apesar da minha desinformação.
E também sei que vão continuar acontecendo apesar das minhas orações.
Mas o efeito de toda essa informação não vai poluir meu coração, minha mente e meus sentimentos. Se não posso ficar inerte diante dos fatos, se não consigo deixar que entrem por um ouvido e saiam por outro sem antes amargurarem minh'alma, prefiro não tomar conhecimento.
Isso eu já alcancei.
O próximo passo é tentar abstrair as informações geradas dentro da minha própria vida. Mas temo que em relação a essas talvez não seja assim tão simples... há anos que venho tentando descobrir onde foi que instalaram o botão do standby dos problemas...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cortar o tempo em fatias...




Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

(Carlos Drummond de Andrade)

Procurando a íntegra desse poema do Drummond descobri um site chamado “pensador.info” que contém textos, frases e poemas de uma série de feras.
Pois bem, o tal do site é viciante!
É impossível parar de ler aquela sucessão de mistérios, desamores, obviedades que ninguém tinha se dado conta, poesias não raro bregas, crônicas muito criativas, milhares de frases feitas...
É um deleite!!! Recomendo a todos os que, como eu, se encantam com o poder das palavras bem misturadas...

Agora que tenho dedicado meus pensamentos a este blog, me dei conta, lendo aquilo tudo, que é praticamente impossível não ser um potencial plagiador! Mesmo sem intenção.
É que na verdade, em algum lugar do mundo, em algum momento da história, alguém já sentiu aquilo que estamos sentindo e que nos leva a despejar pro papel (ou pro blog) pra desocupar espaço na mente!
Na verdade, humildemente, o genial Mário Quintana já se tinha dito isso:

Qualquer ideia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...

Do site, fui selecionando um monte de coisas que eu gostava e tive a ideia de juntar todas essas ideias num texto de Ano Novo...
Eu sei, eu sei, pretensão pura!
Mas a modéstia nunca foi um os meus fortes mesmo, então vamos lá!

E então, já que me propus a falar de Ano Novo, me veio uma dúvida: por que comemoramos o Ano Novo se não temos a menor ideia de como ele vai ser? Não seria muito mais honesto comemorar o ano velho e as coisas que ele teve de bom?
Eu mesma dou a resposta: somos insatisfeitos por natureza! Sempre queremos que o Ano Novo seja melhor que o ano velho! Se deem conta de que eu escrevi Ano Novo e ano velho... o Novo é tão mais importante que mereça iniciais maiúsculas??? A partir de que mês ele pode ser considerado ano velho???
Mas o fato é que jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos. E não fui eu quem disse isso, foi Camões! Lá no século XVI!!!
E notem que ele não está sozinho nesse ideal: Fernando Pessoa concorda (beeeem mais recente) por que disse que a única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova.

Eu já escrevi uma vez (embora não tenha publicado aqui - dá pra notar que esse é um tema que me atordoa!) sobre o “perder tempo”. E nem adianta dizer que não por que eu sei que a cada Ano Novo umas das promessas que fizemos a nós mesmos é a de aproveitar melhor o tempo.

Então vou te dar uma forcinha, citando o Millôr: Quem mata o tempo não é assassino, mas sim um suicida.
Já está ruim, né? Pode ficar pior: O tempo passa e o homem não percebe. Já disse o Dante Alighieri
que nasceu em 1265 e não tomou nem conhecimento da neurose do Século XXI, o excesso de informação, catalisado pela tal da Internet – sem a qual a maioria de nós não sabe mais viver!
Talvez o brindar o Ano Novo seja na verdade uma tentativa de embriagar as lembranças do que deixamos de viver no ano velho...

E assim como o aproveitar o tempo, o curar defeitos também está em alta nesta época. Mas muito cuidado! Ouçam a Clarice Lispector, pois até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
E mais, nesse negócio de cortar defeitos, não raro cortamos pessoas da nossa vida, sem lembrar que quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las. E quando disse isso, a Madre Teresa de Calcutá
estava apenas reescrevendo a lição mais valiosa, a lição de vem de Deus (ou seja lá com que nome se apresente), de que somos todos irmãos e de que aqui onde estamos, não há melhor nem pior! Por mais que isso doa pra alguns, sempre é bom lembrar que somos todos iguais!

De repente, a solução pra tudo esteja dentro da própria cabeça! A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. A pena é que quando Einstein disse isso, ele ignorou os meios de comunicação de massa. Ele desconhecia o fato de que a Rede Globo manda e desmanda na maioria dos cérebros tupiniquins, potencialmente em desuso!

Mas, porém, contudo, entretanto, tem uma coisinha de nominho pequenininho que nos atormenta os dias, os meses, os anos e que alimenta cada virada de Ano Novo: o AMOR, num sentido bem amplo, seja por nós mesmos, pelos filhos, pela família, por alguém que ainda nem chegou na nossa vida ou que chegou mas teve que ir embora...
Que maneira linda encontrou o Jorge Luis Borges
de dizer isso:

Hoy no me alegran
los almendros del huerto.
Son tu recuerdo.

O pormenor está no seguinte: não foi, na verdade, o amor que foi embora. Não raro (ou quase sempre), nossos ideais é que foram embora!
E amanhã ou depois outros serão estabelecidos e isso num interminável ciclo. Resta-nos apreender que às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!. Olha só como é óbvio! Mas eu precisei que o Bob Marley
chegasse a essa conclusão por mim! E o cara era muito precoce... foi pro andar de cima com 36 aninhos...
Não quero ser chata, nem melancólica, nem nostálgica por algo que ainda nem vivi.
Mas se eu quisesse falar do tal do amor, não me faltaria inspiração!!!
Os grandes artistas das letras já dedicaram horas e mais horas, linhas e mais linhas a esse tema, construindo preciosidades como essa do Drummond:

O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.


O risco está em não colocar nada disso em prática e ter que admitir, como se obrigou Shakespeare
:

Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças!
As pirâmides que novamente construíste
Não me parecem novas, nem estranhas;
Apenas as mesmas com novas vestimentas.

No final das contas, haja o que houver, que nosso Ano Novo dê lugar ao nosso EU NOVO, mais feliz, mais aberto, mais amigo, mais desapegado, mais decente, mais vibrante!!!

Não sei se concordo com o Mário Quintana ou se tenho esperança de que essa máxima seja verdadeira: A amizade é um amor que nunca morre.
Mas nesse Ano Novo, a esperança está em aprender definitivamente com Khalil Gibran
que o amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o procures para matar o tempo! Procura-o sempre para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua necessidade, mas não o teu vazio.

É com carinho que desejo a cada um dos queridos amigos que se deu ao trabalho de vir ler minhas pretensiosas linhas, que o Ano Novo seja repleto de coisas boas, um conceito que pode ser muito diferente pra cada um de nós...

E desejo fortemente que todos nós, em 2010, possamos viver com plenitude e felicidade suficientes para plagiar Clarice Lispector e queixar-se:

Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pensar no futuro tem limite!!!


Sempre critiquei meu pai pela grande expectativa depositada na espera pelo pagamento dos precatórios.
Mas e o que foi que eu fiz?
“Expectei” (do verbo "expectar") em outras áreas do conhecimento!!!
No caso mais específico, as cardiológicas...
Mas de que serve saber se o pretendente pode me dar (ou tem interesse em ter) filhos se ele pode me abandonar aos 8 meses de gravidez e eu tenha que criar meu filho sozinha?
De que adianta saber se ele tem expectativas de crescimento profissional, se ele pode se tornar PhD em alguma coisa qualquer e junto do título obter uma chatice crônica e eu me desencantar?
De que serve imaginar se eu vou conhecer o homem da minha vida deste ou daquele jeito se eu posso ter vida longa e junto com ela vários (e sucessivos, diga-se, jamais concomitantes!!!) “homens da minha vida”!!!
Será que dá tempo de me libertar de todos os preconceitos que eu estabeleci pra mim mesma?
E mais... será que eu tenho capacidade de me libertar deles?
Seja como for, eu quero ser feliz hoje!
E mais uma vez invoco o AA: ser feliz só por hoje já terá sido o suficiente... Amanhã, amanhã é outro dia.
De futuro eu só posso saber do meu!
Quando se entra numa relação, são três os entes envolvidos, dois humanos (espero!) e o próprio relacionamento que é sim um ente autônomo. Essa tese que tem algum fundamento freudiano, pois não o fosse, não existiram as terapias de casal, onde o homem é saudável, a mulher é saudável, mas a relação está doente!
Não estou dizendo que a partir de hoje queira ser inconsequente! Nada disso! Não que eu não goste da ideia, mas não chegarei a isso nem nessa, nem nas 18 próximas encarnações...
Eu só quero fazer mais o que eu tenho vontade de fazer hoje!
Eu só quero entender que do futuro, posso pensar apenas no meu!
Não posso saber do futuro dos outros, nem de uma relação...
Só posso estabelecer o que eu quero pra mim, a curto, médio ou longo prazo...
E a partir dessa meta, permitir ou não a intervenção de terceiros...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eu sei que está por aqui em algum lugar...



Tem que estar aqui!
Eu não teria jogado fora!
Já sei, vou ligar pra mãe pra ver se lá está sobrando...

Estou enganada ou o espírito de Natal está muito bem guardado, no maleiro, no porão ou no sótão, cheio de pó, em total abandono, esquecido...
Já tem alguns anos que leio coisas do tipo: “movimentos mecânicos fazem a vida passar mais rápido”, “mude seu caminho para ir de casa ao trabalho”, “a rotina é que dá a sensação de que os dias (semanas, meses e anos) estão mais curtos”...
Tá. Mas e aí?
Tento colocar tudo isso em prática e realmente os dias atribulados e sofridos custam uma década pra passar!
Mas definitivamente, pro espírito de Natal, não vejo chance de resgate.
Natal, Natal mesmo só em Gramado!
Não se vê mais as ruas decoradas – exceto por alguma porcaria de garrafa pet, mas aí a preocupação é com o meio ambiente e não com o Noel!
Quando eu era criança, nem bem entrava o dezembro, as árvores já estavam montadas em todas as casas, com os presentes já sendo dispostos ali embaixo, para serem abertos só na noite de Natal.
Não se vê mais as pessoas cumprimentarem-se, desejando Feliz Natal e Ano Novo.
Nos tempos idos, mal virava o calendário pro último mês e o Natal tomava conta! Cada ida ao supermercado, banco, ou feira vinha acompanhada de um “Feliz Natal” da sorridente moça do caixa. As “folhinhas” do Ano Novo já começaram a ser distribuídas...
Agora, parece que ninguém se deu conta de que já são 17 de dezembro!
Por sorte (?) ainda resta um bocadinho de Natal no consumo.
E não é só isso. A renovação da esperança pela proximidade do ano novo? Também está em falta.
Há uns anos atrás disse pra minha mãe, na véspera do Natal, que queria dormir e só acordar no Ano Novo, lá pelo dia cinco. Sábia e ponderada, ela me respondeu que o que faz as coisas serem melhores ou piores, não é o ano, mas nossas escolhas.
Me deu um tapa de luva de pelica! E é verdade: as escolhas (e expectativas depositadas nelas) não podem ser relegadas a um segundo plano. São o plantio opcional de uma colheita obrigatória (adaptação de uma frase feita... mas inafastavelmente verdadeira!!!).
Não montei minha árvore de Natal este ano. Na verdade, nem o inverno terminou ainda (não sei onde está se manifestando o tal do aquecimento global se ainda nem tirei os edredons da cama)! E como minha situação financeira não está lá muito confortável, não consegui entrar no clima do que sobrou do Natal... o Papai Noel não mora mais nos nossos corações, nem vem do Pólo Norte, nem vai descer pela chaminé! O Papai Noel mora nos cartões de crédito!
Aliás, pra que toda essa função de renas e trenó se nem as crianças acreditam mais no bom velhinho???
Mas ainda me cabe a escolha de fazer renovar a esperança do Ano Novo. De cear com minha família na véspera do 25 e antes da refeição farta, fazer talvez a única oração em família do ano inteiro...
Ainda tenho a chance de escolher encontrar o espírito de Natal aqui dentro das minhas lembranças...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Qual é o combustível da criatividade???


Caraca!!!
Como é esquisito o ser humano!!!
E eu posso falar sem medo... me incluo entre os top top nessa categoria...
Explico: eu escrevo mil coisas, todo dia, toda hora.
Daí, resolvo criar este blog pra dar alguma finalidade pras tais produções artístico-literário-desabafantes (?).
E pra completar, me comprometo comigo mesma (minha inseparável companheira e confidente que mora no espelho do banheiro), a não publicar textos velhos.
Pretensiosa como poucos!!! Estreia movida a auto-exigências de nível profissional!!!
Mas o fato é que um primeiro escritinho movido a descorno fez um sucesso!
Recebi elogios de pessoas que eu realmente admiro e em quem confio, gente que não mentiria pra mim, que não me faria “pagar mico” voltando a publicar asneiras.
Em tese, elogios são estímulos, né?
Nem sempre!
No meu caso, bloqueei.
Verdade!
Mas não foi só isso.
Minha criatividade é inversamente proporcional ao meu estado de espírito, meu ânimo de viver...
Na última semana, perdi o peso que pretendia, estive em POA na companhia de parentes e amigos que eu amo, fui ao casamento de uma amiga do tempo do segundo grau (festa maravilhosa), cumpri meus compromissos com responsabilidade, meus pais fizeram um negócio desejado há anos, a virada do ano está chegando (e com ela a renovação dos votos e esperanças), no próximo final de semana tem festival de música nativista (que eu adoro) e eu estou esperando uma visita anunciada há exatos 12 meses...
Então, somadas a timidez e a falta de estímulo decorrente da plena satisfação com minha própria existência, não tive vontade de escrever...
Mas me obriguei!
E cá estou!
E já que me propus, volto ao início. Será que é só comigo que isso acontece? Ou será que todo ser humano ferido fica meio sarcástico, irônico e, consequentemente, criativo e original?
Não devo ser tão rara assim. O mundo está cheio de frases feitas que interligam crise e superação, queda e ascensão, “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”...
Mas e então? Qual é a situação atual da minha carreira de blogueira? É que se a criatividade depender dos momentos de crise, vou ter que sofrer pra produzir... será esse um preço justo???

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Falta de auto-estima: o mal do século!


Que que eu tenho a ver com a crise mundial, com o futuro do planeta, com a microssaia da estudante, com as chuvas incessantes, com a morosidade do judiciário, com os índices de criminalidade???
Eu sei, tudo bem, tenho a ver sim... no mínimo tenho que conhecer e ter opinião a respeito do assunto!
Mas estou querendo chegar no seguinte: o que real e diretamente nos afeta a vida é a tal da auto-estima, e muito mais ainda, a falta dela. E pior: não são nossas próprias crises de oscilação de amor próprio que causam os maiores estragos!
Quando dizem que o ataque é a defesa mais eficaz, concordo plenamente! Ora, se eu estiver me sentindo um lixo, o problema é todo meu, certo? Certo, às vezes!
Uma pessoa cujo apreço por si mesmo esteja (ou seja!) meio detonado, não deveria se aproximar de nenhuma outra criatura humana! Deveria usar um sinalizador luminoso cor-de-laranja na cabeça pra que os demais tivessem a opção de se aproximar (e se incomodar feio logo ali) ou simplesmente passar reto!!! Não... melhor um sinalizador roxo-caixão, cor-de-laranja é muito alegre!
É que tem umas coisas que realmente não fazem sentido, a menos que se tenha conhecimento de que o emitente desses atos/falas/escritos/comportamentos sem sentido definitivamente não gosta de si mesmo!!!
Bueno, en verdad que ninguém é obrigado a gostar de ninguém... talvez nem de si mesmo! Mas nesse caso, não fique esperando que outro goste!!! Melhor se contentar com carinho apenas de pai e mãe, já que esse é incondicional e não se abala nem com cara feia...
Se eu tivesse estudado qualquer coisa na área da saúde, defenderia que a má avaliação de si mesmo é problema de saúde pública e deveria ser objeto de estudos para desenvolvimento de vacina!!!
Sério!!! Quem não tem uma boa relação consigo mesmo se torna perigoso!!! Bom, aí o problema se torna criminológico... melhor mesmo que se desenvolva um estudo por uma equipe multidisciplinar pra enfrentar a situação!
Conclusivamente (tenho medo de usar essa palavra, porque nunca consigo concluir assim no más...) o fato é que eu não tenho culpa de as pessoas serem diferentes, terem oportunidades, educação, orientações e sofrerem exigências diferentes por parte dos pais, serem mais gordas, mais altas, menos estudadas, menos jovens do que alguns semelhantes (ou dessemelhantes...).
Falta de auto-estima deveria ser tratado como alcoolismo! Só por hoje, mesmo que eu não me ame como deveria, não vou incomodar ninguém, não vou ser agressivo ou deselegante, nem tentar demonstrar o que não sou, nem responsabilizar o outro por ser melhor (?) do que eu...